No próximo domingo, dia 4 de maio, às 17h, o Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, acolhe a Grande Final do Cascais Ópera – Concurso Internacional de Canto, que reúne jovens talentos líricos de todo o mundo.
Nesta segunda edição, dois dos mais relevantes galardões prestam tributo a figuras incontornáveis da história da ópera: o Prémio Teresa Berganza, para a melhor voz feminina (patrocinado pela Fundação “la Caixa”, em colaboração com o BPI), e o Prémio Maurício Bensaude, para a melhor voz masculina (atribuído pela Fundação Millennium BCP).
Ambos os prémios – cujos galardões foram criados pela Leitão & Irmãos Joalheiros – têm um valor de 7 500 euros e integram-se na missão do evento de valorizar e dar a conhecer personalidades de excelência que marcaram o mundo da ópera, sendo também esta uma forma de inspirar as jovens intérpretes que hoje iniciam o seu percurso.
Teresa Berganza (1933–2022) foi uma das grandes mezzos-sopranos do século XX, reconhecida pela sua elegância vocal, musicalidade refinada e presença cénica carismática. Natural de Madrid, destacou-se nos papéis de Rossini, Mozart e Bizet, especialmente como Rosina (O Barbeiro de Sevilha), Cherubino (As Bodas de Fígaro) e Carmen. Com uma carreira internacional brilhante, atuou nos principais palcos do mundo e foi presença marcante em festivais prestigiados como Salzburgo e Glyndebourne. Além do seu legado artístico, Teresa Berganza foi também uma pedagoga dedicada, inspirando gerações de jovens cantores.
Maurício Bensaude (1863–1912), por sua vez, foi um dos mais notáveis barítonos portugueses da sua época, com uma carreira internacional que o levou aos principais palcos da Europa e das Américas. Natural de Ponta Delgada, Açores, destacou-se pelo seu timbre expressivo, técnica sólida e notável presença teatral. Atuou em casas de renome como a Ópera de Paris, La Scala de Milão e o Metropolitan Opera de Nova Iorque, tendo trabalhado ao lado dos grandes nomes do seu tempo. Com um repertório vasto, foi particularmente aclamado em papéis de Verdi e Wagner. A sua trajetória Além do seu legado artístico, Teresa Berganza foi também uma pedagoga dedicada, inspirando gerações de jovens cantores. permanece como símbolo do talento lírico português além-fronteiras.
O concurso procura assim criar pontes entre o passado e o futuro da ópera, promovendo não apenas novos talentos, mas também o conhecimento e a valorização da herança lírica.
Ao homenagear figuras como Berganza e Bensaude, o Cascais Ópera sublinha assim o seu compromisso com a preservação da memória cultural e com a formação de novos públicos, despertando interesse pelas grandes vozes que moldaram este universo artístico.
Estes dois galardões inserem-se num conjunto de nove prémios que totalizam 40 mil euros, a par do Grand Prix Égide (10 mil euros), do segundo prémio (5 000 euros) e do terceiro prémio (3 500 euros), do Prémio Melhor Cantor até 25 anos (2 500 euros), do Prémio Talento de Palco (1 500 euros e contrato com a Ópera Nacional de Novi Sad, na Sérvia), e do Prémio do Público RTP (1 500 euros), escolhido pelo público por votação durante a Grande Final.
Todos os finalistas que não tenham sido selecionados para nenhum outro prémio pecuniário receberão o Prémio de Finalista, no valor de mil euros.