Após uma disputada final no dia de ontem, a qual foi uma autêntica celebração da arte e do compromisso que a mestria do canto lírico requer, podemos dizer que chegou ao fim, em apoteose, a primeira edição do Cascais Ópera – Concurso Internacional de Canto.
Entre os dias 6 e 14 de abril, muitos foram os eventos em Cascais, que conduziram a uma disputada grande final no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, onde os concorrentes foram acompanhados pela Orquestra Sinfónica Portuguesa conduzida pelo maestro australiano Tom Woods. O vencedor do Grand Prix foi o sul coreano Hae Kang, que arrecadou um prémio patrocinado pela Fundação Égide e um contrato com o Teatro Nacional de São Carlos. O Cascais Ópera, superou em grande medida as expectativas estabelecidas pela organização. Inicialmente, foram submetidas 213 candidaturas, oriundas de 40 países, de entre as quais foram selecionadas 47. Verdadeiramente internacional, o Cascais Ópera contou com cantores de cerca de 20 países.
A concurso estiveram 12 prémios e menções honrosas, que se expressaram tanto em valores pecuniários, como em contratos com casas de ópera e festivais nacionais e estrangeiros, onde os vencedores virão a atuar e maravilhar as audiências, num gesto que pretende dar visibilidade e abrir portas aos novos talentos. Os principais prémios e seus vencedores são: o Grand Prix Égide, no valor de 10.000€ e que inclui um contrato com o TNSC – Hae Kang; o Primeiro Prémio “Teresa Berganza”, para voz feminina ou contratenor, patrocinado pela Fundação La Caixa em parceira com o BPI, de 7.500€, foi para a portuguesa, Sílvia Sequeira; o primeiro prémio “Maurício Bensaúde”, para voz masculina, também no valor de 7.500€ foi para o sul coreano, ByeongMin Gill; o segundo prémio, de 5.000€, foi para o belga, Jan Wouters; o terceiro prémio, de 3.500€ foi para a Ucraniana, Anna Erokhina; o prémio para melhor concorrente com menos de 25 anos, de 2.500€ para a Arménia, Iana Aivazian(semifinalista); o prémio do público, patrocinado pela RTP, no valor de 1.500€ foi para a portuguesa Sílvia Sequeira. Entre prémios de contratos: Hovhannes Karapetyan da Arménia ganhou um contrato com a Opera nacional Servia Novisad; Silvia Sequeira ganhou um contrato com TNSC; Teresa Sales Rebordão ganhou um contrato para o FIMM Festival de Musica do Marvão 2025; a cantora tailandesa Duangamorn Fu ganhou um contrato com a Orquestra de Camara de Cascais e Oeiras e a portuguesa Constança Melo, um contrato com o Festival de música de Mafra.
Após esta primeira experiência muito positiva, dedicada à memória da soprano espanhola Teresa Berganza e à ópera “Carmen”, de Georges Bizet, a organização do Cascais Ópera confirma o regresso do evento no próximo ano. A segunda edição pretende fazer germinar a semente que este ano foi plantada. Dará continuidade à divulgação da música clássica e promoverá, em Portugal, um evento de ópera e canto lírico de referência e verdadeiramente internacional, onde várias gerações e sensibilidades culturais e artísticas se encontram e criam, em conjunto, experiências únicas para si e para o público. A edição de 2025 será um evento maior, mais ambicioso e mais abrangente. A final do Cascais Ópera 2025 está já agendada para o dia 4 de maio e acontecerá no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian.